Atraso nas obras da Copa favorece corrupção e encarece custos, alerta Transparência Brasil

Coordenador de projetos da ONG Transparência Brasil, especializada no combate à corrupção, Fabiano Angélico não acredita no patriotismo que muitas empresas ostentam principalmente em épocas de Copa do Mundo. Menos ainda quando estão em jogo milhões de reais, em concorrências para grandes obras públicas.

"Não há que ser ingênuo e achar que alguém está nesse jogo com patriotismo ou com ética e responsabilidade. Isso é conversa fiada. O que [os empresários] querem é ganhar mais dinheiro, e ponto. Vão aproveitar todo tipo de oportunidade para isso", afirma. 

Na entrevista a seguir, Fabiano Angélico fala dos riscos de corrupção nas obras da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016. Ele faz um alerta: atrasos em obras tendem a favorecer o suborno e a encarecer o custo final de projetos. Faltando quatro anos para o Mundial no Brasil, metade dos estádios ainda não tiveram suas reformas ou construções inciadas.

Bolada Preta - Vocês estão monitorando as obras da Copa do Mundo?
 

Fabiano Angélico - Lateralmente. As pessoas, às vezes, têm uma idéia de que o trabalho de monitoramento é algo trivial, mas não é.

Um projeto especificamente voltado para isso demanda pessoal, máquinas e o salário de quem o faz. Não é qualquer um que seria contratado para fazê-lo, porque demanda conhecimento específico. Teria que haver um projeto especificamente voltado para isso, com um financiamento, mas a Transparência Brasil não o tem. Contamos com um orçamento bastante reduzido e temos alguns projetos prioritários, que estão aí na nossa agenda há alguns anos. Não temos um acompanhamento sistemático e próximo desse assunto. Gostaríamos de ter um projeto específico pra isso, mas, infelizmente, não conseguimos recursos para tal.

Bolada Preta - Não é preocupante quando se tem projetos que envolvem 15, 30, 50 bilhões de reais investidos?

Fabiano Angélico - Evidentemente. É muitíssimo preocupante e ainda mais tendo em conta o histórico do controle social de verbas públicas do Brasil, ainda mais levando em conta que haverá muito dinheiro de prefeituras e governos estaduais, que são recursos porcamente monitorados.

A gente pode dizer que os recursos federais ainda têm algum tipo de controle. O risco de corrupção é um pouco menor, porque você tem o Tribunal de Contas da União, que faz um trabalho razoável, e a Controladoria-Geral da União, que é um organismo interno e que também monitora com atenção os recursos federais.

Já os Tribunais de Contas dos Estados são horríveis e tomados muitas vezes por ex-políticos ou em fim de carreira, de qualidade e hombridade duvidosas. Os controles internos das prefeituras e dos governos estaduais são péssimos. Por conta desse cenário, em tese, o risco é muito alto de haver dissídios.

Bolada Preta - O Maracanã (foto) foi reformado há alguns anos por R$ 400 milhões. Para a Copa de 2014, receberá mais 720 milhões de reais. Por que é tão cara a construção civil de grande porte no Brasil?

Fabiano Angélico - Porque os prestadores de serviços vão querer sempre aumentar o preço. É o lucro, o negócio deles. Isso do lado da iniciativa privada. Do lado do Estado, não há um controle adequado e um trabalho eficaz do poder público. A disputa desequilibra em favor dos empresários. Ou seja, o preço tende a ficar mais parecido com o que o empreiteiro quer do que seria razoável pagar.

Não há que ser ingênuo e achar que alguém está nesse jogo com patriotismo ou com ética e responsabilidade. Isso é conversa fiada. O que [os empresários] querem é ganhar mais dinheiro, e ponto. Vão aproveitar todo tipo de oportunidade para isso. Algumas, inclusive, apelam pra suborno e corrupção, pura e simples.


Bolada Preta - E o que houve com o Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro, que o orçamento extrapolou em 800%?

Fabiano Angélico - Um dos grandes problemas do Pan foi a Matriz de Responsabilidades, definida em fevereiro de 2007, poucos meses antes do evento. Ela é fundamental, e funciona desse jeito: o governo federal vai fazer isso e isso, que vai custar “X”. O governo estadual vai fazer isso, isso e isso e vai custar “Y”. A iniciativa privada é responsável por essa parte e isso vai custar “Z”. Você tem um planejamento bastante detalhado. Ele deve ser feito anos antes dos grandes eventos.

No Pan, isso não ocorreu. Fez-se muita coisa sem licitação e, com isso, a corrupção cresceu absurdamente. Também teve muitos casos já detectados e analisados pelo TCU. Eu me lembro especificamente de um envolvendo ar-condicionado para os quartos da Vila Olímpica, que o processo aparentemente foi correto, o preço estava dentro dos níveis de mercado, só que o governo pagou, sei lá, 100 mil aparelhos e recebeu 500. Houve aí um desvio, um erro ou algo do tipo.

Bolada Preta - Das obras para a Copa do Mundo, só metade iniciaram as obras de reformas de estádio, e muito precariamente. Quanto mais em cima a obra se inicia, mas cara ela vai ficar. Por quê?

Fabiano Angélico - Porque alguns mecanismos são demorados e, por mais que a gente queira que a coisa aconteça rápido, tem que ter mesmo algum tempo para analisar, porque quanto mais detalhadamente você analisa, mais você consegue evitar excessos. Esse é o ponto. Se você planeja uma aquisição e olha com detalhe para toda a documentação das empresas, vai se evitando erros.

Um exemplo qualquer: numa concorrência, todas as empresas concorrentes colocaram que o quilo do cimento vai ser 100, mas ele está 600 no mercado. Tem que ver isso aí. Então, quanto mais detalhadamente se analisa o processo, melhor é para a economia e os cofres públicos.

Agora, quando se faz a coisa muito rapidamente, começa-se a acelerar e aprovar as coisas. Digo novamente: a gente tem que perder a ingenuidade. A empresa corrupta, e muitas são, inclui o valor do suborno no preço final. Assim, se a coisa está indo rápido, pode-se subornar alguém para dar uma licença ambiental o quanto antes e botar esse custo no preço final. No final, nós pagamos a conta. Daí essa preocupação em fazer um planejamento adequado, com bastante tempo, para que possa haver tempo hábil de analisar nitidamente todos os processos.

Clique na imagem abaixo e assista a reportagem de Bolada Preta sobre as obras de infraestrutura para a Copa e a Olimpíada no Brasil:
Ler Mais

Governo faz campanha para dobrar turismo de estrangeiros

Assim que terminar o último jogo da Copa da África do Sul, o governo brasileiro dará o pontapé em um ambicioso projeto que, em dez anos, pretende dobrar o número de turistas estrangeiros que visitam o país.

A Embratur, fundação responsável pela promoção do turismo brasileiro no exterior, negocia com emissoras de TV dos 12 países que mais mandam turistas para o país para que o primeiro comercial após o último jogo da Copa da África do Sul seja um filme anunciando a Copa de 2014 no Brasil.

Diretor de filmes como Cidade de Deus e do clipe da candidatura do Rio de Janeiro a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o cineasta Fernando Meirelles está produzindo o comercial.

Deverão exibir o anúncio logo após o término da Copa da África do Sul emissoras dos Estados Unidos, Inglaterra, Portugal, Espanha, Argentina e Chile, entre outros países, inclusive da Ásia. Canais internacionais de esportes e notícias, como a CNN, também estão no plano de mídia da Embratur.

O Ministério do Turismo diz que ainda não tem uma estimativa de quanto custará a campanha. Informa apenas que o orçamento da Embratur, que foi de R$ 100 milhões em 2009, será de R$ 150 milhões em 2010 e deverá chegar a R$ 200 milhões nos próximos anos. Todo esse dinheiro vai para a promoção do Brasil no exterior.

Segundo o ministro do Turismo, Luiz Barretto (foto), a campanha publicitária irá vender a imagem de "um país alegre, hospitaleiro", mas sem o estereótipo do "país do Carnaval e do futebol".

"Vamos mostrar um país que possui um conjunto grande de destinos turísticos, de vários segmentos, não apenas sol e praia. O Brasil é hoje um grande destino de eventos, de turismo de negócios. Vamos mostrar também o bom momento que o Brasil vive, que se traduz em um país sofisticado, que tem empresas como a Petrobras, a Embraer, que é o segundo produtor mundial de alimentos, que disputa mercados, enfim um país que é o país do século 21", afirma Barretto.

O ministro trabalha com a projeção de que a Copa do Mundo deverá atrair 600 mil turistas estrangeiros ao país (outros 3 milhões de brasileiros deverão fazer turismo doméstico durante o torneio da Fifa). Se o evento for bem realizado, poderá se tornar uma grande vitrine. Afinal, pela TV a Copa tem potencial de audiência acumulada de 28 bilhões de telespectadores.

A Embratur estima que 5,5 milhões de turistas deverão visitar o Brasil em 2010, movimentando US$ 5,6 bilhões no país. Em 2014, esse número deve subir para 8,1 milhões. Em 2016, com a Olimpíada do Rio, chegará a 8,9 milhões de visitantes. Em 2020, deveremos receber 11,1 milhões de turistas, que gastarão US$ 17 bilhões. Ou seja, o número de turistas vai dobrar e as receitas serão triplicadas. (Daniel Castro)


Clique aqui e leia entrevista do ministro Luiz Barretto
Ler Mais

Para Oscar, educação do esporte é necessária ao país

Em 2008, a China sediou os Jogos Olímpicos. Ao final do evento, esperava-se que a nação mais populosa do mundo chegasse ao topo do quadro de medalhas pela primeira vez. Missão cumprida.

O Brasil, um país emergente tanto quanto a China, hospedará os Jogos em 2016. Investirá cerca de 15 bilhões de dólares em infraestrutura urbana e esportiva no Rio de Janeiro, a cidade-sede, metade do que a China colocou em Pequim.

Mas será que o Brasil seguirá o exemplo chinês e se tornará uma potência olímpica?

Maior símbolo esportivo brasileiro, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, acredita que sim:

"Acho que foi uma coisa boa [a escolha do Rio de Janeiro], porque é a primeira Olimpíada que temos aqui na América do Sul. Então, acho que já merecia, porque ela traz investimentos, traz muito mais preparação de atleta. É uma coisa mais ampla do que a Copa do Mundo, que é só futebol”, disse Pelé em uma entrevista coletiva, respondendo a pergunta de Bolada Preta.

O atleta do século 20 é menos otimista em relação à Copa do Mundo de 2014, a ser disputada no Brasil também. Segundo Pelé, a Copa não fará o Brasil deixar de ser um grande exportador de jogadores de futebol.

"Infelizmente, a saída dos nossos atleta é [por causa d]a falta de condições das equipes brasileiras de manterem o jogador aqui. Na época em que eu estive como ministro [do Esporte], nós tivemos um trabalho imenso, uma briga danada, para que as equipes de futebol se transformassem em empresas, que pudessem fazer uma administração bem profissional, para poder manter os jogadores aqui. E isso infelizmente não aconteceu. Então, isso aí vai depender muito de como se prepararem os clubes daqui para a frente. Não tem nada a ver com Copa do Mundo", afirmou Pelé.

O blog levou as mesmas questões para Oscar Schmidt (foto), ex-jogador de basquete. Ele acredita que a Olimpíada trará uma “identificação definitiva do brasileiro com o esporte”, mas não visualiza um Brasil potência olímpica.

“Há uma diferença muito grande entre fazer uma Olimpíada e uma Copa do Mundo de futebol e se tornar uma potência olímpica. Para ser uma potência, nós primeiro temos que investir no esporte escolar, coisa que não temos minimamente”, setenciou.

Para Oscar, o Brasil exportará "jogadores para sempre".

Ouça aqui a íntegra do depoimento do maior cestinha do basquete nacional:
  PodcastOscarSchmidt by BoladaPreta 

Maria Paula Gonçalves da Silva, a Magic Paula, que brilhou no mesmo esporte que Oscar, faz coro com o Oscar. Ela enfatiza a falta de investimentos no atleta.

“O atleta continua naquele dilema de trinta anos atrás, necessitando de muito mais do que ele tem. Na verdade, todos esses recursos e investimentos não chegam a ele. O atleta tem se superar. Ele não consegue bons resultados por causa de um planejamento ou de estrutura adequada. É sempre pelo talento”.


Ouça aqui a entrevista de Paula:
  PodcastPaula by BoladaPreta 

Clique abaixo e assista à reportagem em que Pelé fala sobre o impacto da Copa e da Olimpíada no esporte brasileiro:

Ler Mais

Mercado brasileiro de futebol vai crescer 79% até 2014

Impulsionado pela Copa do Mundo, o mercado brasileiro de futebol vai crescer 79% até 2014. A projeção é da empresa de auditoria Crowe Horwath RCS, presidida por Raul Corrêa da Silva (foto).

Segundo estudo da empresa, especializada em marcas esportivas, os clubes brasileiros faturaram cerca de R$ 1,9 bilhão no ano passado. Em 2014, estima, atingirão receita de R$ 3,4 bilhões. Em 2010, devem arrecadar R$ 2,1 bilhões.

Segundo Amir Somoggi, diretor da área Esporte Total da Crowe Horvath RCS, as receitas dos clubes vão crescer graças aos investimentos em estádios, que passarão a ser arenas, cobrarão ingressos mais caros e atrairão torcedores para o que na Europa se chama de matchday (dia do jogo). No matchday, o torcedor passa quase todo o dia no estádio, onde faz compras e se alimenta como em um shopping center.

As receitas com estádios devem crescer 111% de 2008 (R$ 189,6 milhões) a 2014 (R$ 400 milhões).  Exploração das marcas dos clubes (R$ 480 milhões em 2014) e cotas de TV e novas mídias (R$ 700 milhões em 2014) também ajudarão a alavancar o mercado nacional de futebol.

O estudo da Crowe Horvath RCS revela queda nas receitas dos clubes com a venda de jogadores em 2009, provocada pela crise econômica mundial _os times europeus compraram menos.

Mas, de acordo com Amir Somoggi, a venda de jogadores continuará sendo a principal fonte financeira dos times brasileiros. Vão superar R$ 800 milhões em 2014. "A venda de jogadores perderá importância, mas o Brasil continuará sendo um grande exportador de pé de obra", diz Somoggi.

De acordo com Somoggi, os clubes brasileiros souberam superar a crise na exportação de jogadores, em 2009, investindo em marketing, casos de Corinthians (com a contratação de Ronaldo) e Flamengo (com a venda de produtos esportivos), e aumentando as receitas com TV.
Em 2003, a venda de jogadores representava 26% do faturamento dos times. Em 2008, chegou a 27%, mas caiu a 19% no ano passado. Em 2014, deve voltar ao patamar histório de 27%. Já as verbas com bilheterias, que eram 7% em 2003, fecharam 2009 com 13% de representatividade.
Ler Mais

Copa e Olimpíada abrem mercado de trabalho a jovens

Empresas brasileiras de vários segmentos estão enfrentando dificuldade para contratar profissionais. O maior problema é a falta de qualificação.

Setores como o automobilístico, o de infraestrutura, de mineração, de petróleo e de tecnologia da informação são os que mais sofrem com essa escassez. Segundo uma pesquisa da Catho Online, esses setores já estão pagando até 20% a mais do que a média nacional para profissionais especializados.

Especialista em recursos humanos, Neli Barbosa (foto) afirma que a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 agravarão ainda mais a falta de profissional qualificado. Os próximos anos, diz ela, serão ótimos para quem está entrando no mercado de trabalho, que se abrirá para os recém-formados. Mas a exigência de qualificação, como cursos de línguas e especializações, será cada vez maior.

Segundo Neli, já estão faltando engenheiros. Hoje, no Brasil, 30 mil engenheiros se formam todo ano, mas o país precisa de 60 mil. Ela acredita que, para não fazer feio na Copa de 2014, o país terá de apelar até para aposentados.

“Não se tem mais tempo para formar o profissional na universidade. São quatro anos, não tem como esperar. Hoje, estrategicamente falando, tem que olhar para o mercado externo, tem que olhar para o aposentado, onde tem gente qualificada para executar o trabalho”, diz.

Clique abaixo e ouça a íntegra da entrevista que Neli Barbosa deu a Bolada Preta:
  PodcastNELI by BoladaPreta 

Programas oficiais

As iniciativas do governo federal têm sido apenas na qualificação de mão de obra mais básica, nos profissionais que atenderão o turista que visitará o país durante a Copa e a Olimpíada.

Em maio, lançou o programa "Bem Receber Copa". A meta é ensinar inglês e espanhol, em cursos não-presenciais, para cerca de 80 mil pessoas, entre taxistas, atendentes de hotéis, policiais e guias de turismo. (Christine Lopes)
Ler Mais

TVs acirram disputa por direitos de eventos esportivos

A disputa pelos direitos de transmissão de eventos esportivos acirrou nos últimos anos. Com o crescimento da Record, a Globo passou a ter uma concorrente mais competitiva nesse setor. Mais do que Band e SBT foram nos anos 1990.

Em 2008, enquanto a Globo se preparava para transmitir os Jogos de Pequim, a Record, presidida por Alexandre Raposo (foto), a surpreendeu. Por US$ 60 milhões, levou os Jogos de Londres de 2012, que só ela transmitirá em sinal aberto no Brasil. Pela primeira vez, a Globo não exibirá uma Olimpíada. O valor foi três vezes maior do que o que a Globo desembolsou pela Olimpíada de Pequim.

A consequência foi o encarecimento ainda maior dos Jogos de 2016. O COI (Comitê Olímpico Internacional) abriu a concorrência entre as emissoras brasileiras em agosto do ano passado, antes de sabermos que o Rio de Janeiro seria sede da Olimpíada. Mesmo no "escuro", Globo, Band e Record decidiram pagar US$ 170 milhões para exibir o evento, que será compatilhado pelas três.

Por muito pouco a Record também não tirou a Copa do Mundo de 2010 e de 2014 da Globo. A emissora ofereceu US$ 360 milhões pelos dois Mundiais, mas a Fifa optou pela Globo, que se comprometeu a pagar US$ 340 milhões, por causa da parceria já antiga e pela melhor cobertura nacional.

A próxima batalha de Globo e Record nesse campo será pelos direitos do Campeonato Brasileiro de 2012, 2013 e 2014, que será valorizado pela Copa no Brasil. Hoje, a Globo paga R$ 380 milhões pelo torneio. O pay-per-view da TV paga rende mais R$ 120 milhões aos clubes brasileiros.

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) deve propor até agosto um acerto entre as redes. E o Clube dos 13, entidade que representa as agremiações, poderá dividir o Brasileirão em dois pacotes de jogos na TV. Um pacote, com jogos às quartas e domingos, ficaria com a Globo. O outro, com partidas às quintas, às 20h30, e aos sábados, pode ir para a Record. (Daniel Castro)

Clique abaixo e assista a reportagem de TV sobre a disputa entre as redes pelos direitos de eventos esportivos.

Ler Mais

'Na bola, Brasil ainda é República Centro-Africana'

Para Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, 67, presidente do Santos FC, a Copa do Mundo de 2014 irá ajudar a mudar a mentalidade do futebol brasileiro, que se comporta como uma "república centro-africana", exportadora de pé-de-obra. Ele acredito que o evento impulsionará os clubes a segurarem seus craques por mais tempo.

Em entrevista exclusiva ao Bolada Preta, Ribeiro afirma que o campeão paulista de 2010 irá criar um fundo de investimentos, no segundo semestre deste ano, na tentativa de prolongar a permanência de seus craques.

Sociólogo, ex-diretor do Banco Central e um dos maiores especialistas em administração imobiliáiria do país, Ribeiro vem se opondo a empresários que querem aproveitar a valorização alcançada recentemente por atletas como Ganso (foto) e Neymar e vendê-los já para clubes europeus. Ribeiro quer segurar os jogadores. Acredita que eles se valorizarão ainda mais.

Confira os principais trechos da entrevista a Daniel Castro:

FELICIDADE É AQUI
"A ideia de um fundo de investimento, que a gente está gestando para o segundo semestre, nos habilita a pagar salários não no padrão europeu, mas salários claramente mais atraentes do que os atualmente pagos aos jogadores, em função de ações de marketing. O caso do Robinho [emprestado pelo Manchester City] é emblemático. Robinho veio recebendo um salário desproporcional à realidade brasileira, mas o Santos não gasta mais do que o seu teto salarial para tê-lo em campo. Porque nós montamos uma engenharia financeira, que faz com que a imagem do Robinho, explorada por anunciantes, resulte em recursos que engordem a conta bancária dele e permitam que ele seja feliz jogando pelo Santos."

FICAR PARA VALORIZAR
“A valorização de um atleta se dá ao longo de um processo. O Kaká foi para a Europa por 8 milhões de dólares, em uma forçada barra de um empresário especulador, em um contrato malfeito.Três anos e meio depois, os 8 milhões de dólares viraram 80 milhões de euros. Poucos negócios do mundo dão uma remuneração como essa. Nós achamos que essa agregação de valor, se o atleta permanecer mais três anos ou quatro no Brasil, se dará no Brasil.
Para conseguir fazer com que a equação fique de pé, você tem que mostrar ao atleta e a seus responsáveis que é melhor ficar aqui do que ir para a Europa em condições econômicas subalternas e com a necessidade de afirmação. Porque vale a pena ele se transformar em um ídolo no Brasil e depois ir, senão por 80 milhões de euros, pelo menos por metade disso, gerando riqueza aqui, fazendo com que a condição de ídolo o leve a um contrato melhor."

COPA IMPULSIONA O BRASIL
"Eu acho que a Copa do Mundo pode ser um fator contribuinte para a mudança de mentalidade no futebol brasileiro. O Brasil se desenvolveu em tantas áreas da economia, mas naquilo que é a paixão nacional a gente ainda é uma república centro-africana, exportadora de matéria-prima. Nós achamos que a Copa do Mundo, que contamina o país, com o interesse pelo futebol cada vez mais relevante, estimula a ideia de que você pode criar condições mercadológicas para segurar esses meninos aqui."

Clique na imagem abaixo e assista a reportagem de TV sobre a exportação de jogadores brasileiros:
 
Ler Mais

João Dória: Lula errou ao adiar privatização de aeroportos

Coordenador do Lide, grupo que reúne as 600 maiores empresas do país, o empresário e apresentador João Dória Júnior (foto) está otimista quanto ao impacto da Copa do Mundo e da Olimpíada no Brasil. Os dois eventos impulsionarão investimentos e trarão desenvolvimento.

"Na minha visão, se o Brasil apreveitar bem, tanto o setor público quanto o setor privado, a partir de 2014 vamos ter um novo patamar para o esporte brasileiro, mais sério, mais dedicado, mais contagiante, com mais jovens praticando esporte, com mais seriedade na gestão e na administração do negócio, com mais lucro", afirma.

Dória, no entanto, faz críticas ao governo federal, que não privatizou os aeroportos, um dos principais gargalos de infraestrutura do país, e portanto, para a realização da Copa e dos Jogos de 2016.

"O governo errou, e errou feio. Errou porque não privatizou. E continua errando porque adiou a sua decisão, jogou literalmente o problema para o próximo governo", diz. 

Para Dória, os 6 bilhões de reais que o governo deve investir em aeroportos até 2014 teriam melhor destino se fossem gastos em saúde e educação.

Clique abaixo e ouça a íntegra da entrevista de João Dória Júnior:
  PodcastDORIA by BoladaPreta 
Ler Mais

Futebol realiza desejo de potência nacional, diz estudo

O livro Futebol Explica o Brasil, de Marcos Guterman, faz uma relação direta entre a história do país e a do futebol. Na obra, os fatos históricos do final do século 19 até o início do século 21 são "amarrados" com os feitos de seus atletas dentro das quatro linhas. O futebol, diz Guterman, é uma "espécie de Brasil paralelo".

"O futebol é o maior fenômeno social do Brasil. Representa a identidade nacional e também consegue dar significado aos desejos de potência da maioria absoluta dos brasileiros", escreve o jornalista e historiador logo na introdução do livro.

Editor da primeira página de O Estado de S.Paulo, Guterman mostra, por exemplo, que a derrota para o Uruguai na final da Copa de 1950, a primeira realizada no Brasil, teve consequências na economia, na política e no dia-a-dia dos brasileiros.

Ao culpar jogadores negros pelo Maracanazo, a sociedade mostrou que ainda não tinha superado quatro séculos de escravidão. A autoestima nacional escorria para a sarjeta. Como cravaria Nelson Rodrigues, o brasileiro passaria a sofrer do "complexo de vira-latas" _até hoje.

"Com a derrota, também entrou em parafuso a certeza de que o Brasil estava apto a pleitear um lugar entre as grandes nações do mundo. Mario Filho [importante jornalista da época, irmão de Nelson Rodrigues] ainda tentou, em suas crônicas, levantar o ânimo dos brasileiros, ao dizer que o importante não era ter conquistado a Copa, mas ter sido capaz de realizá-la. Com esse estado de espírito os brasileiros foram às urnas em outubro daquele ano, para escolher o sucessor de Dutra. Getúlio Vargas, com a promessa de impulsionar a industrialização do país e manter viva a chama do desenvolvimento, venceu e voltou ao poder", escreve Guterman.

Na entrevista a seguir, Guterman conta um pouco da história do futebol no Brasil. Revela como nasceu a prática do pagamento do bicho, mostra que a seleção brasileira faz hoje o papel de vitrine para valorizar jogador e revela: essa história de vender atleta não é tão nova assim.

Clique aqui e ouça entrevista de Marcos Guterman. Leia também, na revista Bolada Preta, reportagem completa sobre o livro O Futebol Explica o Brasil:

  PodcastGutermanVALE by BoladaPreta
Ler Mais

Governo promete investir 12 bilhões de dólares em turismo

Leia a seguir entrevista concedida pelo ministro Luiz Barretto (foto), do Turismo, ao blog Bolada Preta:

Bolada Preta - Qual será o impacto da Copa do Mundo de 2014 na infraestrutura turística brasileira?

Luiz Barretto
- No caso do turismo, nós temos, sim, questões específicas de infraestrutura turística, que é o primeiro eixo de atuação nossa.

Você tem um conjunto de obras que vão ser adiantadas por causa do evento. Obras, por exemplo, de reurbanização de orlas marítimas, de regiões de beira de rio, pequenas obras de saneamento, em estradas que ligam e dão acessibilidade a monumentos e a pontos turísticos importantes. Você tem sinalização turística, recuperação de patrimônio histórico.

Vamos fazer alguns centros de convenções, centros de eventos, arenas multiuso. Para isso, nós temos uma linha de financiamento que se chama Prodetur Nacional. É um programa com financiamento de duas entidades internacionais. Uma é o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento Econômico) e a outra é a  CAF (Cooperação Andina de Fomento).

Essas duas instituições financeiras mundiais estão disponibilizando em torno de 1 bilhão e 700 milhões de dólares para financiamento de infraestrutura até 2014. É um grande programa para os próximos anos.

Além desse recurso de financiamento,  que serve fundamentalmente pra dar um gás e aumentar a velocidade das obras de infraestrutura, também temos os recursos orçamentários usuais do ministério, que chegam a 2 bilhões de reais por ano para investir em infraestrutura.

O nosso trabalho não é apenas nas 12 cidades-sede da Copa. Nós estamos trabalhando com 65 destinos, que são aqueles destinos do entorno, que são destinos indutores do turismo brasileiro.

Bolada Preta -  Então, até a Copa ou até a Olimpíada, qual a previsão de investimentos para o turismo?

Barretto
- Se multiplicarmos isso por quatro anos até a Copa, teremos 8 bilhões de dólares. Até a Olimpíada, que são mais seis  anos, teremos 12 bilhões de dólares de recursos orçamentários. Sem contar, evidentemente, as questões que extrapolam o Ministério do Turismo, que são as grandes obras de infraestrutura.


Bolada Preta - E em relação à hotelaria, qual será o investimento?


Barretto - Como hotelaria é 100% privada, o governo pode fazer financiamento. São mecanismos de crédito que podem ajudar a induzir positivamente o crescimento de novos hotéis, de novos parques hoteleiros, ou a sua modernização, através de reformas e ampliações.

A gente criou uma linha de financiamento do BNDES, que é a maior e a mais conhecida. São 1 bilhão de reais que estão disponíveis nesse primeiro momento. Se a procura for superior a isso, o BNDES vai aumentar. Essa linha vai agora de 2010 até 2012, porque quem vai construir um hotel, se não pegar o financiamento até 2012, não ficará pronto até 2014.

Ela tem as melhores condições já vistas no mercado. São até 18 anos para construção de novos hotéis, para dar o tempo de amortização do investimento, e até 12 anos para reforma. Quanto mais ecologicamente for o projeto, quanto mais sustentável o hotel, melhores condições de prazo e melhores condições de juros.

O que nós fizemos: nós criamos dentro desses fundos linhas especiais, não só para hotelaria, mas para o trade [mercado] turístico de uma maneira geral, como bar e restaurante, com condições ainda mais vantajosas, já que esses fundos operam com os juros muito abaixo do mercado.


Bolada Preta - Como esses fundos são operados?


Barretto - Esses fundos são operados pelos bancos regionais. No caso do Nordeste, pelo Banco do Nordeste. No caso da Amazônia, pelo Banco Basa e, no caso do Centro-Oeste, pelo Banco do Brasil.

Esses três bancos têm em torno de 750 milhões de reais, em uma linha também inicial. E o prazo é até maior do que o da linha do BNDES. São até 20 anos para construção de novos hotéis e até 15 anos para reforma dos atuais.

Portanto, no caso hotelaria, a gente criou essas duas linhas. Uma é geral, a do BNDES. E a outra é vinculada aos fundos dos bancos regionais. Em torno de 300 milhões/ano por banco.

Além dessas linhas de financiamento à hotelaria, para construção e reforma, a gente tem também duas linhas especiais para capital de giro, que é uma outra coisa importante. O setor de turismo é formado de pequenas e médias empresas que dependem muito de capital de giro para poder sobreviver no dia-a-dia. Então, tanto o Banco do Brasil como a Caixa Econômica Federal operam linhas de capital de giro, com juros muito baixos, que são linhas do FAT [Fundo de Apoio ao Trabalhador]. São 200 milhões de reais da Caixa e 200 milhões do Banco do Brasil. Essa linha disponibiliza até 5 milhões de reais para cada pequenas e média empresas.

Bolada Preta - Com os dois eventos na mesma década, Copa e Olimpíada, será uma grande oportunidade de projetar a imagem do Brasil no exterior. O que o Ministério do Turismo está fazendo em relação a isso?


Barretto - O Brasil hoje ainda é pouco conhecido no mundo. Vamos lançar uma grande campanha publicitária no exterior assim que terminar a Copa da África do Sul. A ideia é que a gente possa mostrar uma imagem positiva, de um país que ocupa uma força no cenário comercial e político internacional. Que não é mais o Brasil do século passado, que apenas tinha como ícones o futebol, o Carnaval e poucos destinos como o Rio de Janeiro.

Hoje nós somos uma potência importante na área de negócios. Precisamos divulgar essa visão mais diversificada do país e com isso tornar o Brasil um destino turístico internacional mais forte do que ele é hoje. E isso nós vamos conseguir através da promoção no exterior.

Bolada Preta - Qual a imagem de Brasil que o governo quer passar lá fora?


Barretto - A gente tem feito um trabalho de observação das experiências internacionais. A Alemanha, por exemplo, foi muito bem-sucedida no quesito imagem com a Copa de 2006.

Você sabe que eles tinham uma preocupação muito grande, porque a Alemanha era vista muito para fazer negócios, mas pouco para fazer turismo e lazer. Eles fizeram um grande esforço para mostrar alegria. O slogan era "Venha fazer amigos na Alemanha", quer dizer, fez um trabalho todo no sentido de qualificar e mostrar um outro lado da Alemanha que não era a Alemanha vinculada às guerras.

A imagem que nós estamos trabalhando e que vamos lançar em uma campanha publicitária, no dia 11 de julho deste ano, que é o último dia da Copa do Mundo da África do Sul, é primeiro, de um país alegre, de um país hospitaleiro, de um país que possui um conjunto grande de destinos turísticos, não apenas no segmento sol e praia. Hoje, o Brasil é um grande destino de eventos, de turismo de negócios. Nós ocupamos hoje a sétima posição entre os países que mais captam eventos no mundo. Esse é um segmento importante. Queremos mostrar esse bom momento que o país vive.

Bolada Preta - O senhor acredita que vai dar tudo certo?


Barretto - Eu acredito no país.  Acredito que a gente vive um grande momento. O país hoje tem uma cultura muito diferente do que era no passado. Na política, temos hoje uma sociedade vigilante, uma imprensa vigilante. Temos uma democracia que funciona. Vivemos um momento econômico positivo. São 16 anos de estabilidade econômica, de inflação controlada.

O Brasil hoje tem uma inserção internacional. É um país maravilhoso, com um povo trabalhador, qualificado, engenhoso, empreendedor. Tudo isso demonstra que nós temos todas as condições, temos todas as ferramentas necessárias para enfrentar esse desafio. Agora a Copa vai ser uma Copa brasileira.  Não podemos exigir que a gente tenha o mesmo perfil da Alemanha. Somos um país em desenvolvimento, com as nossas características,. e são com elas que nós vamos trabalhar. Sempre com o máximo de profissionalismo
Ler Mais

Obras de infraestrutura, de 130 bilhões, estão atrasadas

O Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014 em outubro de 2007. Passaram-se quase três anos e, até agora, poucas obras foram iniciadas.

As reformas e construções de estádios para a Copa deveriam ter começado em março. Metade está atrasada. A outra metade ainda está muito no início. O caso mais emblemático é o do Morumbi (ilustração acima). O São Paulo Futebol Clube, dono do estádio, recusou o projeto de reforma imposto pela Fifa, orçado em 630 milhões de reais. Faltando quatro anos para o início do Mundial, a cidade mais rica do país ainda discute se reforma o Morumbi ou se constrói uma nova arena para abrir a Copa.

Mas nem só de estádios se faz uma Copa do Mundo. Ao todo, o país deverá investir 100 milhões em obras de infraestrutura relacionadas ao Mundial. Esse é o total de dinheiro que deverá ser movimentado por governo federal, governos estuduais, prefeituras e iniciativa privada.

No pacote, estão arenas (5,7 bilhões de recusos públicos), ampliações de aeroportos (12 bilhões de reais), infraestrutura turística (12 bilhões de dólares) e novas linhas de trens e metrô (23 bilhões de reais apenas na cidade de São Paulo, sendo 3 bilhões bilhões para um monotrilho ligando o aerporto de Congonhas ao estádio do Morumbi, ilustração abaixo), além de um faraônico trem-bala ligando Campinas ao Rio de Janeiro, ao custo de pelo menos 34 bilhões de reais.

A Olimpíada do Rio de Janeiro deverá consumir outros 30 bilhões de reais em investimentos. Um dos grandes desafios é a despoluição da baía de Guanabara, palco de esportes náuticos, como o iatismo. O governo estadual do Rio negocia com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) um empréstimo de 1,3 bilhão de reais para a operação.

Turistas
A maioria dos turistas estrangeiros deve chegar ao país por avião. A imagem do chamado “apagão aéreo”, ocorrido em 2006, ainda está viva na memória dos brasileiros.

“A taxa de crescimento da demanda de serviço aéreo no Brasil está crescendo a dois dígitos desde 2003. Nós já sofremos, há alguns anos, uma pressão para que tenhamos aeroportos melhores e maiores”, afirma Bolívar Pêgo, coordenador de Desenvolvimento Urbano do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

As ampliações dos aeroportos, no entanto, ainda não começaram. Segundo o governo federal, não estão descartadas as implantações de terminais de passageiros provisórios, removíveis após a Copa. A decisão do governo federal de bancar as obras dos aeroportos é criticada por setores do empresariado (ouça entrevista de João Dória Júnior clicando aqui).

O trem-bala de Campinas ao Rio, com passagem subterrânea por São Paulo, foi idealizado para transportar turistas entre as duas principais cidades do país durante a Copa e, principalmente, a Olimpíada. Inicialmente, deveria ficar pronto em 2014. As últimas previsões, no entanto, colocam sua conclusão em 2017.



A obra é alvo das críticas mais duras. Para o engenheiro Luiz Célio Bottura, especialista em engenharia urbana, o trem-bala será um desperdício de dinheiro. Segundo ele, não haverá passageiros suficientes para justificá-lo depois dos Jogos de 2016.

Comparações

Sede da Copa de 2010, a África do Sul tem enfrentado dificuldade na inauguração de obras. O Soccer City, orçado em aproximadamente 300 milhões de dólares, foi reaberto faltando menos de um mês para o evento, enquanto algumas novas adequações do transporte público ainda não estavam prontas.

Comparando-se à última Copa, a de 2006, na Alemanha, Brasil e África do Sul ficam atrás por suas características de países emergentes. “A Copa na Alemanha estabeleceu um parâmetro de comparação. Os alemães são excelentes no planejamento e sua economia tem tradição”, diz Marcelo Proni, economista da Unicamp.

Proni, especialista em Olimpíadas, está seguro sobre os dois eventos que o Brasil abrigará: “Acho que vai haver um avanço muito grande em termos de fiscalização, acompanhamento de gastos e capacidade de organização, ainda mais depois dos Jogos Pan-Americanos. No caso da Copa do Mundo, a gente também vai conseguir fazer um excelente trabalho”, diz. (Rafael Ferraz)
Ler Mais

Ouça os programas de rádio e os podcasts de Bolada Preta

O projeto Bolada Preta, além deste blog, inclui um programa de rádio, um de TV e uma revista. As quatro mídias formam a disciplina Produtos Jornalísticos, uma das principais do curso de graduação em Jornalismo da Universidade Nove de Julho, ministrada no sétimo semestre.

Durante todo o semestre, os alunos foram orientados a produzirem pautas, entrevistas, textos e programas para cada produto, que, ao final, editaram. Cada grupo de alunos tinha um tema. O de Bolada Preta teve a sorte de desenvolver o tema Copa do Mundo e Olimpíada como Negócio.

Desde que sob o guarda-chuva jornalístico e limitado a 30 minutos de duração, os programas de rádio podiam ter qualquer formato. Bolada Preta optou por produzir uma série de três epsódios, cada um com dez minutos de duração.

Os epsódios seguem a estrutura dos demais produtos. Estão divididos em infraestrutura, negócios e legado relacionados a esses eventos. Foram idealizados para serem veiculados numa FM que toca rock e música pop. Por isso, estão fartamente sonorizados por canções inglesas e brasileiras, basicamente, que têm alguma conexão com esportes, principalmente futebol. O tema da vinheta de abertura é Glory, Glory Man United, hino da torcida do Manchester United.

Os programas de rádio foram baseados em entrevistas/depoimentos de 22 fontes. Entre elas, estão o ministro do Turismo, Luiz Barretto, empresários (J. Hawilla, João Dória Jr.), especialistas em temas esportivos (Amir Somoggi, Ary Rocco, Ciro Wrinckler, Marcelo Proni) e ex-atletas (Magic Paula, Oscar Schmidt e Pelé).

A seguir, arquivos de áudio com os três episódios do programa de rádio e dos postcasts produzidos exclusivamente para este blog:


Bolada Preta - Episódio 1 - Infraestrutura
  Bolada Preta - Infraestrutura (PGM) by BoladaPreta


Bolada Preta - Episódio 2 - Negócios
  Bolada Preta - Negócios (PGM) by BoladaPreta

Bolada Preta - Episódio 3 - Legado
  Bolada Preta - Legado (PGM) by BoladaPreta 

Podcast - Marcos Guterman (jornalista e historiador, fala sobre a história do comércio internacional de jogador brasileiro)
  Podcast - Marcos Guterman by BoladaPreta


Podcast - Neli Barbosa (profissional de Recursos Humanos, diz que já está faltando mão de obra qualificada para obras da Copa)
  Podcast - Neli Barbosa by BoladaPreta

Podcast - João Dória Jr. (empresário, critica o governo federal por não ter privatizado aeroportos antes da Copa de 2014)
  Podcast - João Dória Jr. by BoladaPreta

Podcast - Magic Paula (ex-atleta, hoje gestora de centro olímpico, critica a falta de investimentos na formação de atletas)
  Podcast - Magic Paula by BoladaPreta


Podcast - Oscar Schmidt (ex-atleta, hoje comentarista, fala sobre o impacto da Copa e da Olimpíada no esporte brasileiro)
  Podcast - Oscar Schmidt by BoladaPreta
Ler Mais

Assista às reportagens do programa de TV Bolada Preta

O projeto Bolada Preta, além deste blog, inclui um programa de rádio, um de TV e uma revista. As quatro mídias formam a disciplina Produtos Jornalísticos, uma das principais do curso de graduação em Jornalismo da Universidade Nove de Julho, ministrada no sétimo semestre.

Durante todo o semestre, os alunos foram orientados a produzirem pautas, entrevistas, textos e programas para cada produto, que, ao final, editaram.


Os programas de TV tinham de ser do gênero entrevista, gravados no laboratório da universidade, com pelo menos uma reportagem realizada antecipadamente. Bolada Preta optou por contratar um cinegrafista e gravar quatro reportagens.

No estúdio, essas reportagens ilustraram a entrevista concedida por Erich Beting (jornalista especializado em marketing esportivo, professor dos cursos de pós-graduação da Faculdade Trevisan e universidades Anhembi-Morumbi e Gama Filho), tornando o programa mais dinâmico e interessante para o telespectador. Produzidas por Christine Lopes, as reportagens trazem depoimentos de fontes de primeira divisão, como Pelé e Neymar.

A seguir, você confere as quatro reportagens e também um povo-fala, como são chamadas as inserções em programas de TV que mostram populares opinando sobre determinado assunto:


1. Brasil vai investir cerca de R$ 130 bilhões em obras para Copa e Olimpíada




2.  Emissoras travam batalhas por direitos esportivos




3. Meninos de Ouro - Jogadores deixam o país cada vez mais jovens




4. Pelé fala sobre o impacto da Copa e da Olimpíada no esporte brasileiro




5. Povo-fala: Você acredita que o Brasil vai se tornar uma potência olímpica?

Ler Mais
 
Bolada Preta | by TNB ©2010